Less is More
Como eu mudei, como as coisas permanecem, como tudo muda simplesmente e como tu insistes em chegar atrasado.
O que sentes mostras ao esconder e disfarças com medo da dúvida. Existimos a ritmos diferentes e alternamos a vontade de estarmos juntos com o medo de tudo falhar e com o medo de nada desaparecer e com o medo de tudo e nada ser tudo o que sempre teremos.
És cruel como os bichos são. És mau apenas por seres tu. Entras em jogos perversos e mudas as regras sem motivo aparente. Eu não gosto destes jogos - somos obrigados a encaixar o que sentimos em jogadas subtis e dissimuladas, só para não mostrar, revelar, expôr, sentir, gostar, amar...sem medo. Alternas as jogadas com medos e incertezas e tudo o que é simples torna-se confuso apenas por respirar o mesmo ar que tu. À simplicidade da coisa sucede o ritual mecânico da jogada racional elaborada num episódio de lucidez crónica deturpada pela ausência de coisas simples.
Eu não gosto destes jogos. Contrario a ordem das jogadas, apenas por não me conseguir encaixar neste perverso ritual social de obstrução ao sentimento. Não tenho paciência para jogos a fingir o que não sou. E assim perco o jogo, apenas por não ter jeito para estes esquemas, por não me incorporar neste costume idiota de esperar pelo que já chegou, por não me deixar corromper pela rotina mecânica da coisa.
E assim perdi apenas por ser eu.
* sónia