Fica Comigo II
...
"eu abro a porta de casa e não sei se abra a luz porque não sei se fique às escuras e abro a luz e tanto faz agora posso ir para a direita para a esquerda e em frente não sei se vou para a direita se vou para a esquerda vou para onde é preciso ir para fazer isto ou aquilo dar comida ao gato fechar todas as janelas por causa da chuva comer para não ter fome aquecer-me para não ter frio deitar-me para ter sono e depois isso acaba já não há nada a decidir eu não estou em lado nenhum
eu abro a porta de casa e há milhões de pessoas que se acendem e apagam milhões de segredos a abrir e a fechar o amor a ser por ser o amor sem falta o amor que falta e não não há milhões de nada há tu não estares aqui há isso estar por toda a parte sem eu poder sair ou entrar disso sem poder dizer agora vou-me embora desta falta não há saída
eu abro a porta de casa e todo o meu tempo passa à velocidade da luz de baixo para cima de trás para diante até às pálpebras e então abro os olhos para começar o dia pronto é aqui que o meu tempo está e começo o dia é assim que se diz estendo as pernas dentro do lençol estendo o corpo para o lado onde tu não estás e digo algo diz dentro de mim para mim começa o dia mas é como uma sombra que se levanta de um corpo ao crepúsculo
eu abro a porta de casa e saio e a porta continua fechada desço os degraus saio para a rua e não há degraus nem rua as mulheres estendem os seus tapetes para bordarem pela manhã os homens murmuram pelas esquinas e as vozes serão vozes como se nada tivesse acontecido
eu abro a porta de casa todo o tempo quanto tempo para sempre e mais um dia stay with me."
(A. Lucas Coelho)
* sónia
"eu abro a porta de casa e não sei se abra a luz porque não sei se fique às escuras e abro a luz e tanto faz agora posso ir para a direita para a esquerda e em frente não sei se vou para a direita se vou para a esquerda vou para onde é preciso ir para fazer isto ou aquilo dar comida ao gato fechar todas as janelas por causa da chuva comer para não ter fome aquecer-me para não ter frio deitar-me para ter sono e depois isso acaba já não há nada a decidir eu não estou em lado nenhum
eu abro a porta de casa e há milhões de pessoas que se acendem e apagam milhões de segredos a abrir e a fechar o amor a ser por ser o amor sem falta o amor que falta e não não há milhões de nada há tu não estares aqui há isso estar por toda a parte sem eu poder sair ou entrar disso sem poder dizer agora vou-me embora desta falta não há saída
eu abro a porta de casa e todo o meu tempo passa à velocidade da luz de baixo para cima de trás para diante até às pálpebras e então abro os olhos para começar o dia pronto é aqui que o meu tempo está e começo o dia é assim que se diz estendo as pernas dentro do lençol estendo o corpo para o lado onde tu não estás e digo algo diz dentro de mim para mim começa o dia mas é como uma sombra que se levanta de um corpo ao crepúsculo
eu abro a porta de casa e saio e a porta continua fechada desço os degraus saio para a rua e não há degraus nem rua as mulheres estendem os seus tapetes para bordarem pela manhã os homens murmuram pelas esquinas e as vozes serão vozes como se nada tivesse acontecido
eu abro a porta de casa todo o tempo quanto tempo para sempre e mais um dia stay with me."
(A. Lucas Coelho)
* sónia
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