Old Letters
Estamos em Novembro e as cartas antigas insistem em ser relidas. Não percebo muito bem como, mas sou empurrada para o arquivo do tempo e estas cartas imploram-me para que as volte a ler.
É incrivel a força que estas palavras mostram e eu fico sem entender o que terá corrido mal para que tudo ficasse preso no tempo. Leio as cartas e tenho que fazer um esforço enorme para não as sentir, ou melhor, sinto-as e esforço-me para o negar, para camuflar tudo com a passagem dos dias e enganar-me outra vez.
Não me deixam ser sincera. Prendem-me as mãos, amarram-me o coração e pedem-me para não sentir nesta direcção, para não mostrar a minha mágoa. A verdade corrói demais e a dor que finjo não sentir apodera-se de mim enquanto leio as palavras que saltitam nas minhas veias. Não percebo esta força que me faz sentir tudo outra vez, outra vez sem entender o que falhou, sem encontrar o que se terá perdido para que tudo tenha fugido de mim...outra vez.
As cartas escondidas insistem em permanecer junto a mim, sem me revelarem o que mais haverá para além do que nunca chegou a existir, o que haverá para além de tudo o que senti perto, o que haverá para além das certezas e das dúvidas que permanecem com isto.
"Quem conta a sua existência transforma-a em romance e penetra assim no domínio encantado da fábula. Julgamos dizer a verdade da nossa vida e, quando reflectimos, apercebemo-nos que toda a narrativa, mesmo a mais íntima, tranforma-se obrigatoriamente em ficção" (Philippe Forest)... Se contar a vida é fazer ficção, as cartas que agora leio nunca chegaram a existir e tudo não passou de um sonho. Mas não é isso que eu sinto, não foi um sonho a história que inventámos em silêncio, não é ficção o beijo que quisémos.
E, apesar de tudo o que não sei e de tudo o que sinto, a vida ainda continua, os dias ainda escorrem pelas semanas e tudo continua um mistério que não entendo. E eu só queria saber um pouco mais e eu só não queria respirar a inquitante sensação de algo que ficou por sentir.
"So much for my happy ending..." (A.L.)
* sónia
É incrivel a força que estas palavras mostram e eu fico sem entender o que terá corrido mal para que tudo ficasse preso no tempo. Leio as cartas e tenho que fazer um esforço enorme para não as sentir, ou melhor, sinto-as e esforço-me para o negar, para camuflar tudo com a passagem dos dias e enganar-me outra vez.
Não me deixam ser sincera. Prendem-me as mãos, amarram-me o coração e pedem-me para não sentir nesta direcção, para não mostrar a minha mágoa. A verdade corrói demais e a dor que finjo não sentir apodera-se de mim enquanto leio as palavras que saltitam nas minhas veias. Não percebo esta força que me faz sentir tudo outra vez, outra vez sem entender o que falhou, sem encontrar o que se terá perdido para que tudo tenha fugido de mim...outra vez.
As cartas escondidas insistem em permanecer junto a mim, sem me revelarem o que mais haverá para além do que nunca chegou a existir, o que haverá para além de tudo o que senti perto, o que haverá para além das certezas e das dúvidas que permanecem com isto.
"Quem conta a sua existência transforma-a em romance e penetra assim no domínio encantado da fábula. Julgamos dizer a verdade da nossa vida e, quando reflectimos, apercebemo-nos que toda a narrativa, mesmo a mais íntima, tranforma-se obrigatoriamente em ficção" (Philippe Forest)... Se contar a vida é fazer ficção, as cartas que agora leio nunca chegaram a existir e tudo não passou de um sonho. Mas não é isso que eu sinto, não foi um sonho a história que inventámos em silêncio, não é ficção o beijo que quisémos.
E, apesar de tudo o que não sei e de tudo o que sinto, a vida ainda continua, os dias ainda escorrem pelas semanas e tudo continua um mistério que não entendo. E eu só queria saber um pouco mais e eu só não queria respirar a inquitante sensação de algo que ficou por sentir.
"So much for my happy ending..." (A.L.)
* sónia
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