Messages in a Bottle

"... send something to the world..."

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quinta-feira, setembro 30, 2004

...

Vandinha...

aquele abraço apertado com saudades

hope to see you one day...


* sónia

domingo, setembro 26, 2004

Wake Up Your Brain!

Estou a começar a ficar preocupada comigo. Temo tornar-me numa pessoa altiva, petulante, snob, presunçosa, arrogante até. Como justificação para esta reprovável alteração de carácter, aponto o comportamento dos outros - como ausência de auto-domínio da minha parte, é certo.

A verdade é que sou constantemente bombardeada com doses industriais de estupidez, de tal modo que fico chocada com tamanha ignorância e pequenez humana. Por vezes questiono, o que será que estas pessoas fazem com o cérebro?! Será que alguma vez olharam sequer para o manual de instruções e perceberam que não se trata de um órgão interno de decoração? Já terão pensado que é inofensivo, e por vezes até benéfico, começar a pôr em uso os recursos cerebrais, antes de deixarem as palavras escapar pela boca fora?

A resposta só poderá ser negativa. As pessoas deste género preferem ser pioneiras na exploração infundada da especulação daquilo que nunca terá um nexo causal minimamente válido, mesmo para os crentes máximos do absurdo-idealismo!

Acordem e ponham os pés na terra - neste planeta se possível.


*sónia

quinta-feira, setembro 23, 2004

...

“Já quase ninguém é ao longe, já quase em ninguém se vive o desejo ou a credibilidade de um mundo outro, muitas vezes viver deixou de ser visível. Mas continuará sempre a haver lugares e momentos de resistência em que o desejo se reinveste, lugares e momentos de relação com a alteridade em que nos aproximamos daquilo que desconhecíamos e que, de repente, descobrimos como se desde sempre nos tivesse pertencido. O Amor continua a ser um desses momentos, o Amor é ainda um segredo no deserto, uma possibilidade, sempre em aberto, da alteridade se cumprir, da singularidade se iluminar e resistir à velocidade com que o mundo se inebria e igualiza. É que quando se ama tem-se a impressão de renascer, se bem que não se soubesse que se estava morto.”

carina

Quinta Essência

“(…) o que penso não atinge os territórios do mal. O pensamento só conhece as zonas fronteiriças do mal. O que está para lá delas não lhe pertence.”

(Agustina Bessa-Luís)


carina

Casanova

“Cada um, neste mundo, tenta fazer as suas coisas o melhor que pode e aprender a lidar com as armas não por querer matar, mas para impedir que o matem.”

(citado por Phillipe Sollers em “Casanova, o admirável”)


carina

Um pouco de Budismo Tibetano

“A melhor altura para cultivar o amor e a compaixão pode ser justamente quando somos confrontados com situações ou pessoas difíceis. É nessas alturas que estes sentimentos ganham forma e realidade. Quando os cultivamos, confortavelmente sentados em nossa casa, parece mais fácil mas também é menos eficaz. Os praticantes procuram por vezes os inimigos para se treinarem no amor e na compaixão e chegam a vê-los como verdadeiros mestres.”

(Mingyur Rinpoché)

carina

Sally's words

“I’ve become a real believer in not defining every single thing. Seems like everything you think you’ve figured out what something is, it just becomes something else.”

“Sometimes bad things just happen – no reason, no purpose. They just occur and we’re left to pick up the pieces the best we can.”

“I’m learning little by little that we decide what our lives are gone be. Things happen to us. But it’s our reactions that matter.”


carina

The Ground Beneath Her Feet

“ (...) A felicidade é humana, não divina e a busca da felicidade é aquilo a que podemos chamar amor. Este amor, o amor terreno, é uma trégua entre metamorfoses, um acordo temporário em não mudar de forma enquanto os amorosos se beijam ou se dão as mãos. O amor é uma toalha de praia estendida sobre areias movediças. O amor é uma democracia íntima, um pacto que insiste em renovar-se e pode-se ser derrotado de um dia para o outro por mais elevada que seja a nossa maioria. É frágil, precária e é tudo o que podemos alcançar sem vendermos a alma a este ou àquele partido. É o que podemos ter conservando-nos livres (…).”

(S. Rushdie)


carina

segunda-feira, setembro 20, 2004

História de um Beijo

"Um beijo não fala, deixa-se estar calado para dizer tudo. Um beijo sente, pressente. Une, desune. Vive, por um momento, vida fora, para a eternidade. É um segredo ou um manifesto. Doce, amargo. Um beijo grita, silencia. Carrega a volúpia, anuncia o sonho. Oferece-se, recebe-se, deseja-se. É um anseio. Um paraíso ou um inferno. Um ror de sentimentos, esquecidos e lembrados no mesmo instante. Um toque de vida, um passo para a morte. Um beijo é sempre uma história (...). Encheu-se com simbologias as histórias, deu-se ao beijo um encanto invulgar. E fez-se a pergunta: afinal, o que é o amor, condenação ou salvação? A resposta veio na forma de um mar de incertezas. Ou, talvez, o modo mais simples de contar a história a que estamos presos. A história de um beijo."

(Alexandra Carita)


* sónia

quarta-feira, setembro 15, 2004

...

"Será que soubemos ser suficientemente idiotas, tu e eu?"

"Sinto fisicamente até que ponto existimos sós"

"Não leias esta carta, lê a outra, a que eu rasguei. Imagina que eu rasgo constantemente uma carta, uma espécie de carta"

(Yasmina Reza)



* sónia

domingo, setembro 12, 2004

Bien-venu(e)s

A todos aqueles que por aqui passam,

Devem-se decerto questionar sobre as razões que levaram duas raparigas, que até há pouco tempo mal se conheciam, a criarem um blog, aparentemente sem objectivos/ intenções/pretextos de ordem maior.

Mais que uma confidente, o membro mais activo/assíduo deste blog é alguém que admiro, acima de tudo, pela sua genuinidade, a qual se manifesta em cada gesto, palavra ou simples olhar. E é essa genuinidade que aqui transparece, sem rodeios, sem receios.

A Sónia responderá por ela, mas, para mim, a criação deste blog não foi mais que fruto do acaso, de satisfação de uma mera curiosidade. Hoje, pelo contrário, representa um espaço de (re)encontro de amigos, colegas e conhecidos – um (re)encontro de emoções, de palavras de apreço/repulsa/amor…

Sejam bem-vindos!

Carina

Será Verdade?

" ... Em Kierkegaard, a verdade, qualquer verdade, é apaixonada, é vivida, porque não há verdade, que como tal, não ponha em jogo tudo o que somos. "A paixão é o que há de mais elevado na subjectividade, e por consequência, a mais perfeita expressão da existência". A verdade não pode procurar-se senão na paixão. Porque a verdade nunca poderá consistir no enunciado de um tema do pensamento ou no enunciado de um juízo teórico. Porque a verdade não é um objecto que possuímos. Ela é possuidora, ela contempla-nos, ela acena-nos. Ela é essencialmente dialética: implica o diálogo connosco mesmos, ou seja, o acto pelo qual elaboramos a nossa própria verdade, quando a assumimos, e nos criamos a nós mesmos na acção, e implica ainda o estado de tensão que nos provoca o risco que qualquer ligação envolve sempre. Verdade, ligação e risco estão necessariamente ligados. Não pode haver verdade se não nos dispusermos a assumir uma ligação e a arriscar tudo. "Recusar o risco é recusar a verdade".

Em Busca da Verdade, onde a reflexão se articula em função do tempo, o amor existe, tal como a esperança, mas o que acontece se as premissas são trocadas? Quais as transformações que o efeito do tempo produz num vínculo que à partida se estabelece como eterno, imutável? Como tentativa de resposta estabelece-se a relação espaço-tempo a partir da distância. Distância de compreensão, de toque, de percepção, de comunicação. Na procura de saídas, como fuga ou como libertação, das mutilações que se assistem e que se provocam na dor, no prazer, num estado de ignorância das emoções, dos sentimentos. Um movimento perpétuo, infinito-uno que progride para a consciencialização do indivíduo. "Devemo-nos bastar a nós próprios mesmo quando amamos". O absurdo opõe-se ao desejo, completando-o e sorrindo... "

(Nuno M. Cardoso)



* sónia






sexta-feira, setembro 10, 2004

Serendipity...

É o que vos desejo a todos... Que saibam aproveitar e viver os felizes acasos que chegarem até vós. Não lhes virem as costas, enfrentem-nos de frente.

Shanti,
obrigada pela presença e por tudo mais.
Boa caminhada pela Índia...e volta!
um abraço apertado

Filipa,
vai correr tudo bem, acredita que sim.
Boa viagem e acidentes felizes...
um beijo grande e um abraço ainda maior


* sónia

terça-feira, setembro 07, 2004

...

O gosto doce do que é único e genuíno, do que nasce e renasce todos os anos sem se corromper com os ditames da moda. As observações evidentes de quem chegou hoje todos os anos. Eu já te conheço. Mas todos os anos descubro em ti um detalhe que me fascina e me prende a ti cada vez com mais força, com mais vontade de permanecer em ti. Não me cansas. Não me aborreces. Todos os anos dizes-me algo de novo. E por isso regresso sempre para o meu aconchego, para o meu refúgio, regresso sempre para ti. O ritmo pacato das vidas que desfilam nas estreitas ruas pintadas de azul e branco. O seres tu e não quereres ser outro, numa imitação barata daquilo que repugnas. O seres fiel ao que és, mesmo na tua previsível inconstância. Admiro a tua verdade. Fascinas-me.


* sónia

Surreal but Nice...

Aqui tudo está ao contrário. Um autêntico quadro de Dali em movimento aleatório constante: os mosaicos estão no tecto e os candeeiros estão presos ao chão! Um gato escondido debaixo de lua, guardanapos coloridos no céu e o Mestre dos Aldrabões que já partiu.

Os relógios estão deformados, o que faz com que o tempo se desloque a uma velocidade surrealista. As horas param, os minutos avançam, os dias abrandam e os segundos correm. O Café Turco das perdições e os sons fatalistas do tempo que corre e escorre colado aos acordes da memória.

Tudo é absurdo mas tudo faz sentido aqui. Só aqui é possível encontrar-me com o tempo em simultâneo. Aqui os relógios não ditam a velocidade cardíaca dos meus pés. Todos os anos nos encontramos e fazemos as pazes, aqui. Apenas aqui tudo é possível. Apenas aqui acredito que tudo continue a ser possível. E um dia o possível acontece. Um dia vai acontecer.


* sónia

segunda-feira, setembro 06, 2004

A Minha Praia

Sombras chinesas, vidas emprestadas, fotografias forçadas, o circo de sempre, a casa amarela do costume, sons estrangeiros, uma imensa repetição do tempo perdido na rotunda do Sudoeste.

Encontros constantes com um postal do passado. “Ser sincero contradizendo-me a cada minuto”, sussurra-me Álvaro de Campos com A Passagem das Horas, enquanto o bolo de chocolate substitui o brigadeiro que ainda não comi este ano.

Correntes no rio, vagas no mar, um encontro atribulado de sentidos contrários, jogos inúteis, adultos fingem ser crianças, sotaques do norte, crianças felizes com o instante da vida em que a areia ganha formas fantásticas, o farol que se apagou com o cansaço do tempo no deserto da noite.

Uma viola constrói sons dispersos na areia, um cão perdido com donos vadios enraivece as ondas, um papagaio voa aos trambolhões pelas nuvens vazias, um barco sobe e desce o rio sem planos futuros, uma mota desafia inutilmente o rumo das ondas, uma criança rebola na areia e eu desejo ser pequena outra vez, um barco à vela caminha pelo rio sem vento mas uma leve brisa empurra-o até ao mar. E os acordes do mar triunfam sobre tudo isto.

Os meus olhos estão diferentes apesar da praia ser a mesma todos os anos. As rochas cobrem-se e despem-se e sobem ao palco de areia todos os anos com formas idênticas. A mesma fotografia regressa todos os anos à mesma hora – como eu amo essa imagem desta praia com reflexos de mim. Uma janela de madeira virada para o horizonte das viagens prometidas aquece o súbito frio interior das memórias perdidas pela passagem dos meses. Os pescadores preparam-se para desafiar as vagas da noite. A praia despe-se. O sol preguiçoso começa a bocejar e as sombras da lua colam-se na areia ainda quente. Tudo agora é já ontem.


* sónia

sexta-feira, setembro 03, 2004

O Medo

Assustas-me. Isto assusta-me. Perto de ti estou bem, longe assustas-me. Perto nego tudo, longe a perfeição acontece. Assustas-me. Estes monstros assustam-me. A dimensão de tudo isto provoca-me arrepios.
Porque tanto medo? Afinal é apenas amor...
Deixámos fugir o amor? Talvez. Mas não vou deixar que queimes tudo.

* sónia