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domingo, setembro 12, 2004

Será Verdade?

" ... Em Kierkegaard, a verdade, qualquer verdade, é apaixonada, é vivida, porque não há verdade, que como tal, não ponha em jogo tudo o que somos. "A paixão é o que há de mais elevado na subjectividade, e por consequência, a mais perfeita expressão da existência". A verdade não pode procurar-se senão na paixão. Porque a verdade nunca poderá consistir no enunciado de um tema do pensamento ou no enunciado de um juízo teórico. Porque a verdade não é um objecto que possuímos. Ela é possuidora, ela contempla-nos, ela acena-nos. Ela é essencialmente dialética: implica o diálogo connosco mesmos, ou seja, o acto pelo qual elaboramos a nossa própria verdade, quando a assumimos, e nos criamos a nós mesmos na acção, e implica ainda o estado de tensão que nos provoca o risco que qualquer ligação envolve sempre. Verdade, ligação e risco estão necessariamente ligados. Não pode haver verdade se não nos dispusermos a assumir uma ligação e a arriscar tudo. "Recusar o risco é recusar a verdade".

Em Busca da Verdade, onde a reflexão se articula em função do tempo, o amor existe, tal como a esperança, mas o que acontece se as premissas são trocadas? Quais as transformações que o efeito do tempo produz num vínculo que à partida se estabelece como eterno, imutável? Como tentativa de resposta estabelece-se a relação espaço-tempo a partir da distância. Distância de compreensão, de toque, de percepção, de comunicação. Na procura de saídas, como fuga ou como libertação, das mutilações que se assistem e que se provocam na dor, no prazer, num estado de ignorância das emoções, dos sentimentos. Um movimento perpétuo, infinito-uno que progride para a consciencialização do indivíduo. "Devemo-nos bastar a nós próprios mesmo quando amamos". O absurdo opõe-se ao desejo, completando-o e sorrindo... "

(Nuno M. Cardoso)



* sónia