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quarta-feira, agosto 18, 2004

O Rapto

Fui raptada por extraterrestres. Durante o sono estranhamente profundo fui levada por seres esverdeados para a nave-mãe. Comigo fizeram as mais bizarras experiências que se podem fazer com um ser humano.

Mas sobrevivi. E depois de se terem cansado do meu corpo e de dissecarem a minha mente, depuseram-me de novo no leito das fantasias esquecidas pela passagem do tempo perdido no acaso dos sentidos incertos.

Acordei com uma borbulha do tamanho da cratera do Mauna Loa na parte de trás do pescoço. Onde terminam os extensos campos capilares castanhos claros e onde se inicia a zona das carícias proibidas, estavam os vestígios da minha viagem celestial da noite anterior.

Como não padeço de qualquer género de alergia [ a não da milenar «estupidez crónica»], deduzo que a minha borbulha se deve a um rapto extraterrestre, que foi consumado através de experimentações macabras a bordo um de OVNI.

Obviamente estou a excluir uma série de causas válidas para os sintomas apresentados. Mas se me limitasse a escrever: «Tenho uma borbulha na parte de trás do pescoço porque fui mordida por um insecto», as anteriores linhas nunca teriam alcançado a luz da existência e eu pelo menos não acharia o menor interesse na minha constatação do óbvio.

Por isso, porque não sobrevalorizar a criação da «borbulhática» celestial? Porque é que não posso simplesmente optar pelo mundo dos loucos?


* sónia

1 Comments:

Blogger Hugo said...

Não quero ser mau, mas isto cheira-me a mais a um fetiche recalcado por clerazil (é assim ou clerasil ou clear zil , enfim.....
;)

19/1/05 12:05  

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